quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

SONETO DE SEPARAÇÃO

Soneto de separação

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma 1
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

Oceano Atlântico, a bordo do
Highland Patriot, a caminho da
Inglaterra, 09.1938

Ausencia

Ausência

Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne como uma nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos portos silenciosos
Mas eu te possuirei mais que ninguém porque poderei partir
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.

A rosa de Hiroxima

A rosa de Hiroxima

Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada

MAIS UMA VEZ....................

MAIS UMA VEZ A CHUVA TORNA A CASTIGAR SÃO PAULO.QUANDO SERÁ QUE O GOVERNO E A PREFEITURA SE UNIRÃO PARA DAR AMPARO A ESSAS FAMILIAS QUE ESTÃO Á BEIRA DO DESESPERO.a REVOLTA É O LIMITE.NUM SENTIMENTO MISTO DE REVOLTA E TRISTEZA,NÃO HÁ COMO NÃO SERMOS MATERIALISTAS.COM FILHOS PEQUENOS E POUCOS OBJETOS PESSOAIS,CADA UM SE AGARRA AO QUE TEM,E , MESMO SE AGARRANDO ,AINDA CORREM O RISCO DE SEREM LEVADOS JUNTOS COM A ENCHORRADA.PENSAMOS QUE NESSA LUTA,NÃO TENHA UM SÓ LADO POSITIVO.......MAS TEMOS: TODOS
ESSES DIAS DE CHUVAS CONSTANTES NOS DEPARAMOS COM HEROIS ANÔNIMOS,PESSOAS QUE REALMENTE
ENTREGAM SUAS VIDAS PARA SALVAR UM DESCONHECIDO,ASSIM COMO COM A MOÇA DA MOTO PRESA EM BAIXO DE UM CARRO,OU UM BEBÊ SALVO DA ENCHORRADA,MESMO ASSIM EXISTEM AQUELES QUE VERDADEIRAMENTE SE IMPORTAM COM A CIDADE QUE ATÉ ONTEM ERA A CIDADE QUE NÃO DORMIA,NÃO PARAVA,E AGORA É A LITERAL:SÃO PAULO A CIDADE ALERTA.............
ATÉ QUANDO VAI SER ASSIM?
ATÉ O POVO SE REBELAR E DIZER: BASTA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

UNAM-SE NESSA MESMA DOR,POIS,PARA PERDER PESSOAS QUE AMAMOS E O POUCO QUE TEMOS,TEMOS QUE UNIR OS NOSSOS"POUCOS",PARA SERMOS "MUITOS"!!!!!!!!!!!